No passado dia 10, o nosso rapagão completou 4 meses! Foram 4 meses cheios de amor e felicidade mas também de muitas dificuldades, dúvidas e incertezas como é normal. Existiram também algumas inseguranças devido a opiniões que se ouve aqui e acolá principalmente de pessoas que não nós são tão próximas e é disto que quero falar hoje…
Nestes quatro meses, apreendemos a avaliar todas as informações que temos ao dispor e usá-las para as nossas decisões e deixar as opiniões e palpites que se ouvem assim do nada, entrar e sair! Acredito que algumas pudessem ser úteis e se me derem argumentos válidos eu ouço e vejo se tem lógica, mas a maior parte das vezes tal não acontece e são ideias que as pessoas têm sem argumentação ou qualquer fundamento, e sei que por vezes afectam algumas mulheres e mesmo alguns pais, deixando-os à nora e preocupados e isto entristece-me.
Dando um exemplo, o eterno tema que parece tabu da amamentação. Com muita felicidade minha e do Tiago e para vantagem do Diogo, ele está exclusivamente a ser amamentado desde que nasceu e esperamos que assim continue. Mas sei que imensas pessoas o gostavam de fazer e não conseguiram ou puderam e lembro-me imensas vezes delas quando amamento. A minha palavra para elas é que são mães valentes, e que são as melhores mães do mundo! Voltando ao exemplo, o Diogo nasceu muito pequenino com 2,400 kg e a dois dias das 38 semanas, foi um parto normal e foi ele que escolheu nascer naquele dia. Amamentei-o pouco mais de 30 minutos após nascimento a meu pedido e também fui bastante apoiada todo o tempo na maternidade, e acho que este foi um apoio fulcral. Nas primeiras 2-3 semanas as dores eram muitas, admito que pensei desistir tantas vezes e aqui o apoio do Tiago e os sorrisos (sim porque começou a sorrir com duas semanas e apenas para mim) e olhinhos do Diogo foram fundamentais. O Diogo evoluiu sempre bem o peso e todos os profissionais de saúde com quem lidei até hoje, pediatra, enfermeiras da maternidade, parteira, médica de família, etc, sempre apoiaram bastante a amamentação e sei que este apoio foi fundamental para lidar com as dificuldades que surgiram e que vão surgindo (pois estamos sempre em processo de aprendizagem e descoberta), o que não acontece com muitas mulheres. Mas, neste percurso, o bebé chorou muitas vezes, como bebé que é, porque sim, eles choram, e ouvi muitas vezes afirmações do género: “deve ser fome”, “o leite não deve ser bom”, “ui passa o dia todo na mama, isso é mau”, “sempre a comer é porque o leite não dá sustento”… Nem vou falar de argumentos ou factos sobre estas afirmações pois não é o meu objetivo com este post, talvez numa próxima, o que quero apontar é que ouvir coisas deste género é uma facada na auto-confiança e auto-estima de muitos recém papás e isto deixa-me tão triste com o mundo! Se por um lado a chegada de um bebé desperta uma felicidade e alegria em todos com quem nos cruzamos, este outro lado da moeda não é tão bom. De qualquer forma, acho que cada um sabe do seu filho e do melhor para ele e afirmações feitas da boca para fora sem pensar não vão ajudar ninguém, só abalam.
Se eu ouvi isto com um bebé que na primeira semana recuperou o peso de nascimento e até ganhou e que durante o primeiro mês aumentou quase 1kg por semana, imagino mamãs que estão a tentar amamentar e o peso não mexe muito e depois ouvem isto, claro que afecta, se a mim por vezes em momentos que estamos mais em baixo (super frequentes no pós parto) afectou, imagino nessas situações. Até vos posso contar uma situação no centro de saúde: quando fomos a uma vacina o rapaz quis mamar antes e esperaram que ele finaliza-se para entrarmos. Após a vacina e toda a consulta o Diogo pediu-me maminha outra vez e eu claro dei. A enfermeira do centro de Saúde comentou logo, ui já outra vez, eu ignorei, mas já estava ali a sentir um apontamento que se calhar havia algum problema e ele tinha acabado de ser pesado e ganhar 57g por dia… Por isso, mamãs que não tiverem este apoio que tenho, vão de certeza sentir se muito inseguras. E a amamentação é apenas um exemplo. Existem afirmações destas que magoam e podem afectar muito uma mãe ou um pai relativamente a tudo! Por isso, apoiem mais os recém papás e se acham que podiam aconselha-lós sobre algo que fazem, pensem duas vezes e avaliem antes de falar se tem pés e cabeça e se conseguem argumentar e dar bases científicas para a vossa opinião! E não se esqueçam, todos os pais vão errar, mas só a errar é que se aprende.
Até breve,
Daniela