Estes dias, em conversa com a minha obstetra, na consulta de rotina da gravidez da minha princesa, falamos do meu síndrome de ovários policísticos e fez-me ter vontade de escrever sobre isso.


Aos 17 anos, tive a minha primeira consulta ginecológica, que fiz com o apoio da minha mãe, porque já era altura e porque também o meu dermatologista recomendou-me iniciar a pílula, para ajudar no meu tratamento de pele, pois tive muitos problemas de acne e tive de fazer tratamentos por muitos anos. Foi nessa consulta que descobri que tinha ovários polícísticos. Mais tarde, vim a descobrir que já tinha havido alguns casos na minha família, e quando descobri falei com outras mulheres da família que por causa disso foram fazer consultas de rotina e uma delas descobriu que também tinha o síndrome.


Eu, que sempre decidirá ser mãe, soube ali que este síndrome poderia ser um problema para a realização desse sonho mas por conselho da minha médica, nunca me centrei nisso.


Aos 18 anos conheci o Tiago e pouco tempo depois estávamos a namorar. Desde cedo que falamos de ter filhos e como era um desejo de ambos, e desde cedo falei ao Tiago do meu problema e o que podia influenciar esse sonho. O Tiago também nunca deu demasiada importância e o tempo foi passando!


Fui sempre acompanhada anualmente e mantendo a vigilância e fiz algumas medicações, adiantando para estar pronta para quando quisesse ter filhos! Continuamos a não ver isso como um entrave e sempre falamos que se fosse necessário poderíamos adoptar!


Entretanto casamos e passado algum tempo decidimos que estava na altura, o relógio biológico despertou mesmo em nós, e foi mesmo algo que surgiu natural e mutuamente! Estávamos prontos para construir a nossa família! Começamos a fazer as consultas pré-natais e todos os exames e foi aí que nos deparamos com um quisto enorme! Eu queixava-me de algumas dores e desconforto, que eram bem explicáveis pelo quisto! A minha ginecologista foi fantástica e disse-nos aos dois, para irmos com calma, manter o plano, e não nos preocuparmos para já com o quisto. Passado uns 3 meses desta consulta, decidimos parar a pílula e entretanto passado um mês tínhamos uma consulta agendada na ginecologista. Quando fiz a ecografia o quisto tinha desaparecido, e ficamos muito contentes. Quando passado uns dias me deparei que estava com um atraso e fiz o teste tivemos logo o positivo, ao todo só tive dois ciclos depois da paragem da pílula! Quando voltei à consulta, descobrimos que já estava de 6 semanas, pois já ouvimos o coração do nosso Dioguinho a bater, e então na consulta anterior em que não tinha quisto já estaria de 2 semanas! Foi uma sensação fantástica, pois sempre nos preparamos para ser difícil e estávamos a contar que demora-se muito tempo!


Depois do Diogo nascer, nas consultas de pós parto, cheguei a ter alguns quistos, vários mas sempre pequenos, como sempre tive. Quando decidimos engravidar de novo, estava tudo bem e eu parei a pílula de amamentação. Tive a minha primeira menstruação após o nascimento do Diogo, uma das piores da minha vida e não voltei a ter! No meio do confinamento tive o atraso e tão esperado positivo da minha princesa!